terça-feira, 13 de julho de 2010

O Terceiro Lado do Disco

Preto é cor, mas as vezes é gente. Preto é cor e negro é raça. Não confundam as coisas.
Preto é desbocado, é irônico, é debochado e eu gosto disso nele. Há quem goste.
Preto é meu amigo dos mais antigos. Não que sejamos antigos. Mas quando eu nem sabia direito quem eu era já éramos amigos.
Preto é Professor de português e literatura. Gosta e conhece as palavras. Algo caro aqui nesse blog.
Preto é também percussionista e já gravou um disco.
Preto me presenteia com livros, deve me conhecer um bocado. O mais recente foi uma biografia do Apparício Torelly, o Barão de Itararé.
Preto nasceu como Antônio Augusto e virou personagem principal de uma tirinha minha e nem sabe (não sabia até agora).
Meu amigo, Preto, na sua ironia faz perguntas pertinentes e perspicazes. Sobre este blog ele teceu comentários sobre o disco de vinil não existir mais e que o cd de hoje não tem outro lado. O olho dele vai longe. Ele sabia antes de mim que o que eu quero é "o terceiro lado do disco".
Eu quero é a faixa que ninguém ouve, aquela que nunca tocou no rádio - nem mesmo quando quem tinha cérebro ouvia rádio. Eu quero aquela que passou despercebida da maioria. Quero que a ouçam, não quero que fique escondida e muito menos que seu compositor e ou intérprete sinta que fez seu trabalho em vão, que ninguém vai ouvir.
Sendo assim, meu leque se abre bastante. O terceiro lado do disco está em todo lugar, até no compositor famoso (acreditem ou não ainda eles ainda existem... poucos, mas existem). Já temos aqui  o tradicional "lado b do lado b", "lado z" e agora "o terceiro lado do disco". Complicado? Não, eu sei que não.
Para iniciar  a seção "o outro lado do disco " vou falar de Renato Teixeira. Esse paulista de Santos ficou muito conhecido quando Elis Regina gravou Romaria, que toooodooo mundo conhece. É um artista que admiro sob muitos aspectos. Não está na grande mídia mas tem uma carreira bem estruturada, tem os filhos no palco consigo e vai tocando em frente. Mas o que mais admiro é sua incrível capacidade de fazer músicas belíssimas com uma simplicidade rara. Simplicidade extremamente elegante. Sem harmonias sofisticadas pois sua música vem de uma tradição rural, mas com melodias e letras caprichosas. Gosto muito, sobretudo, de um disco seu chamado "Um Poeta e Um Violão" de 1996.
Mostro pra vocês desse disco: Ao Gosto do Coração, Que Nem e as Plantinhas do Mato.

Vou postar em homenagem ao Preto que é também um homem simples do interior...de sua casa em Belo Horizonte no bairro Padre Eustáquio.















Como eu sei que você quer mais, aqui tem o disco completo (pelo menos por enquanto):
http://umquetenha.org/uqt/?cat=55